Conjuntamente com o ideal da prática de exercícios físicos conforme já abordado na última matéria aqui publicada "Exercícios físicos em meio a pandemia?" a alimentação também consiste em um ato importante para manter-se saudável neste período de isolamento, uma vez em que a alimentação influencia na imunidade. Entretanto, aliar uma alimentação balanceada com a nova rotina pode ser um desafio, especialmente para quem precisa unir compromissos como cuidar dos filhos ou de pais já idosos com o trabalho em casa. Também temos quem não pode evitar a ida ao trabalho, precisando realizar suas refeições fora de casa.
Não tem sido difícil encontrar supostas curas milagrosas ao corona vírus, especialmente associadas a alimentação, sendo diversas destas informações desmentidas por agências de checagem de fatos e pelo Ministério da Saúde. Dentre os boatos, se encontram receitas caseiras que seriam capazes de matar o vírus do Covid-19 como água de alho recém fervida, limão com bicarbonato de sódio, gargarejo com água quente e vinagre, dentre os diversos boatos que afirmam que beber líquidos quentes seria capaz de matar o vírus já dentro do corpo humano, sendo estas mensagens geralmente atribuídas a médicos ou pesquisadores de universidades estrangeiras, das quais frequentemente inventam-se nomes de instituições gerando assim novas fake news (notícias falsas).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que algumas preparações caseiras são capazes de aliviar sintomas, entretanto não existe um remédio comprovadamente eficaz para curar ou prevenir da Covid-19, já que o fator de "cura" da doença é o próprio sistema imunológico, que ataca o vírus até que ele pare de se manifestar. Desta forma, a alimentação pode ser aliada para fortalecer o sistema imunológico.
A nutróloga Nivea Bordin afirma que "comer e dormir mal são ações que podem reduzir a imunidade, deixando o corpo mais suscetível a contaminações" sendo, sobretudo importante a ingestão de alimentos de alta densidade nutricional, que sejam ricos em vitaminas e minerais sobretudo aqueles da conhecida tríade de fruta, verdura e legume, dos quais todos são válidos. Entretanto, Bordin faz um destaque especial a opções como abacaxi, laranja e ervas como salsinha, opções ricas em vitamina C e outros micronutrientes. De mesma forma, também deve-se dar preferência as opções orgânicas sempre que possível, já que os agrotóxicos competem com os nutrientes pela absorção no intestino resultando em um menor teor sanguíneo de vitaminas e minerais.
Com a redução da movimentação do corpo, recomenda-se dar preferência a alimentos de baixo nível glicêmico, ou seja, aqueles que possuem carboidratos mais complexos e que atingem a corrente sanguínea mais lentamente pois estes evitam o acréscimo da gordura corporal. Bordin diz que com a estadia em casa, por questões de praticidade é comum recorrer a opções como biscoitos, pães e massas, os quais mesmo a curto prazo podem trazer malefícios relacionados a colesterol alto e diabetes. Exemplos de opções de baixo índice glicêmico seriam a mandioquinha e mandioca (aipim) e alimentos ricos em farinha de trigo devem ser evitados. Uma opção rápida para cozinhar é o ovo, que pode ser feito rapidamente de diversas maneiras. a batata doce é uma outra opção rica em vitamina C que encaixa em lanches rápidos e refeições maiores. Outra boa aposta pode ser nos sucos verdes, que podem consistir dos mais variados ingredientes como couve, limão, gengibre, atingindo um alto teor nutricional.
Entretanto vale lembrar que boas escolhas não bastam, a higiene continua essencial dentro e fora de casa, sendo importante higienizar os produtos ao chegar do mercado, com água e sabão ou álcool. Hortaliças podem ser limpas em solução de água com vinagre antes de guardar e na hora de consumir. Tratando dos restaurantes por quilo, todo cuidado é pouco. com a grande circulação de pessoas e exposição dos alimentos, a recomendação de Bordin é que se faça a higienização até mesmo dos pratos e talheres com álcool em gel antes de se servir no bufê. Após se servir também é importante higienizar as mãos novamente por conta das colheres e pegadores compartilhados, assim como para beber é ideal utilizar copos descartáveis, além do cuidado com as folhas verdes e alimentos crus, dando preferência aos cozidos.
Outro fator ao qual é relevante dar atenção é a preferência a alimentos que tenham uma maior durabilidade como grãos (feijão, lentilha, arroz e outros). Legumes e carnes podem ser congelados para uma maior conservação, sem que sejam perdidos o sabor ou suas propriedades nutricionais. A dica é dividir em pequenas porções para garantir a boa conservação. Tratando de frutas e laticínios estes apresentam menor durabilidade entretanto algumas frutas também podem ser congeladas, como por exemplo o morango.
Adaptado de:
A alimentação pode combater o novo coronavírus? Estadão saúde summit. 14 abr de 2020. Disponível em https://summitsaude.estadao.com.br/a-alimentacao-pode-ajudar-no-combate-ao-coronavirus/
Bonfim, Murilo. Em tempos de coronavírus saiba como se alimentar bem na quarentena. Exame. 17 março de 2020. Disponível em https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/em-tempo-de-coronavirus-saiba-como-se-alimentar-bem-na-quarentena/
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