Na quinta-feira (10/09), a
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), alertou que a pandemia da Covid-19
pode aumentar os fatores de risco para o suicídio, recomendando as pessoas a
falarem abertamente e de forma responsável sobre o assunto. Com o intuito de
que as pessoas permaneçam conectadas com familiares e amigos mesmo com o
isolamento social e aprendam a identificar os sinais de alerta.
Ainda,
segundo pesquisas e estudos realizados nesse
período, várias razões externas têm colaborado para o aumento do pensamento
suicida, exposto muitas vezes em post nas redes sociais (Folha de São Paulo), aumento da angústia, ansiedade e depressão,
especialmente entre os profissionais de saúde. Os princípios advindos da
pandemia como o isolamento e distanciamento social, as incertezas geradas pela
doença, o medo do contágio, as perdas de pessoas queridas para o vírus e
aspectos econômicos como a diminuição da renda, passando pelo desemprego, são
gatilhos para a ideação suicida. Somadas às questões de violência, transtornos
por consumo de álcool, abuso de substâncias e sentimento de perda, tornam-se
fatores importantes que podem aumentar o risco de uma pessoa decidir tirar a
própria vida. Para aqueles que já sofrem com distúrbios mentais, como
depressão, bipolaridade e transtorno de ansiedade, o quadro é ainda mais grave.
O chefe de saúde mental e uso de substância da OPAS Renato
Oliveira e Souza comenta:
“Nós
ainda não sabemos como o aumento da depressão, da violência doméstica e do uso
de substâncias afetará as taxas de suicídio, mas é importante conversar sobre o
assunto, apoiar uns aos outros nestes tempos de pandemia e conhecer os sinais
de alerta de suicídio para ajudar a preveni-lo”.
Desde
2003, sempre no dia 10 de setembro, a Associação Internacional para a Prevenção
do Suicídio (IASP), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
promove o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Neste ano, o tema é
“Trabalhando juntos para prevenir o suicídio”.
“Neste
ano de 2020 nos encontramos em circunstâncias muito inesperadas e desafiadoras
devido ao enfrentamento da pandemia da COVID-19. O impacto do novo coronavírus
provavelmente afetou o bem-estar mental de todos. E é por isso que neste ano,
mais do que nunca, é fundamental que trabalhemos juntos para prevenir o
suicídio”. Destaca
Renato Oliveira e Souza.
Para
cuidar da saúde mental diante de um cenário de tanta incerteza, primeiramente
deve se convencer a mente que é um momento passageiro, a ciência está
trabalhando intensivamente para o encontro da solução da pandemia. Segundo, viver
um dia de cada vez. Evitar o excesso de informações. Se dê um tempo dos
noticiários, não dê muita atenção ao negativismo das postagens das mídias
sociais. Busque o positivo. Se isso ainda não for suficiente, deve-se procurar
ajuda. Terapeutas estão atendendo online, por telefone, alguns deles até
gratuitamente. Ligue para familiares e amigos. Busque também o Centro de
Valorização da Vida (CVV), por meio do 188.
É
de demasiada importância que as pessoas continuem conectadas umas às outras,
mesmo com o distanciamento físico e atentas aos sinais de alerta e de como
reagir para prevenir o suicídio, mantendo vínculos e cuidando da saúde mental.
Referências:
Folha de São
Paulo. Crescem publicações sobre suicídio no Brasil durante a pandemia; veja
como buscar ajuda. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/07/crescem-publicacoes-sobre-suicidio-no-brasil-durante-a-pandemia-veja-como-buscar-ajuda.shtml.
Acessado em 13 de set. de 2020.
Folha Vitória.
Setembro Amarelo: O suicídio em meio à pandemia. Disponível em: https://www.folhavitoria.com.br/saude/blogs/mente-sa/2020/09/setembro-amarelo-o-suicidio-em-meio-a-pandemia/.
Acessado em 14 de set. de 2020.
Nações Unidas
Brasil. Pandemia da COVID-19 aumenta fatores de risco para suicídio. Disponível
em: https://nacoesunidas.org/pandemia-da-covid-19-aumenta-fatores-de-risco-para-suicidio/.
Acesso: 13 de set. de 2020.
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