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RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO, EDUCANDO E CRIANDO

 


Após a fabricação ou utilização de algum material, independente de qual seja a providência, tanto nos centros urbanos, quanto industriais ou rurais, sobram resíduos. Em lugares menos desenvolvidos esses resíduos são muitas vezes descartados de forma aleatória, sem preocupação ou previsão de descarte correto (MANO, PACHECO, BONELLI, 2010). Bem como, trata-se o lixo como algo sem utilidade, indesejável, que pode ser descartado, sem considerar que nele possa conter resíduos sólidos, que poderiam ser reutilizados ou reciclados. Algo que já deve ser pensado desde o planejamento e a fabricação deste produto, pensando na embalagem de forma que esta possa ser reutilizada pelo consumidor, para alguma utilização caseira ou que possa ser usado de forma criativa pelo mesmo. Por isso torna-se importante o nosso olhar e cuidado sobre estes resíduos, pois, este pode ser reaproveitado para outras funções além daquela pré-estabelecida, caso não seja mais possível utilizá-la, seja feito o descarte correto para que este possa ser reciclado.

Dessa forma, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA estabelece um código de cores para os diferentes tipos de resíduos, com o intuito de facilitar a identificação dos coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. O código de cores estabelecido pela Resolução CONAMA 275/01 é:

       Azul – Papel e papelão;

       Vermelho – Plástico;

       Verde – Vidro;

       Amarelo – Metal;

       Laranja – Resíduos perigosos;

       Branco – Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;

       Roxo – Resíduos radioativos;

       Marrom – Resíduos orgânicos;

       Preto – Madeira;

       Cinza – Resíduo geral não reciclável, misturado ou contaminado não passível de separação;

Contudo, nem todos os municípios brasileiros têm a coleta adequada dos resíduos, principalmente as cidades do interior, onde a coleta muitas vezes não acontece, não havendo o descarte correto e o reaproveitamento destes resíduos. Para haver o reaproveitamento destes resíduos se faz necessário a coleta seletiva.

A coleta seletiva é caracterizada pela separação dos materiais na fonte, pela população, com posterior coleta e envio a usinas de triagem, cooperativas, sucateiros, beneficiadores ou recicladores. A implementação da coleta seletiva constitui a principal ação para o desenvolvimento da reciclagem e da reutilização. Os refugos sólidos urbanos são muitas vezes comparados a um “minério” do qual se podem recuperar diversos produtos, como papel, metais, vidro e plástico. (MANO, PACHECO, BONELLI, 2010, p. 114).

Geralmente, o programa de coleta seletiva acontece de duas formas, pois, varia muito de acordo ao país e a entidade. Sendo estas: a coleta de casa em casa, realizadas por caminhões em que há separação do lixo seco e do lixo orgânico; assim como os postos de entrega voluntária (PEVs), de modo geral instalados em pontos como prefeituras, escolas, universidades, entre outros lugares onde estes materiais já utilizados possam ser depositados. Com tudo, para a implantação de programas de coleta seletiva, precisa haver uma conscientização da sociedade, em que se faz necessária a educação ambiental, pois, além da reciclagem deve haver uma mudança de hábitos e a Educação Ambiental é importante nesse processo. Sendo assim:

Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, LEI Federal Nº 9.795 (27/04/1999)).

Ensinando nosso papel como geradores deste lixo, no qual precisa ser trabalhado desde o ensino básico, sem deixar de envolver a comunidade externa. Dessa forma, a escola com a responsabilidade de constituir o indivíduo, e também para a contribuição da sociedade e humanidade, se faz necessário que seja trabalhado, desde cedo a questão do lixo, sensibilizando-os, para que possam minimizar o uso de embalagens, assim como, usar de forma criativa. Considerando também que o lúdico é um eficiente recurso que auxilia no desenvolvimento da criatividade dos indivíduos. Abrine (2012) afirma que a criatividade proporciona ao ser humano a capacidade de transformação e de conscientização de todos. 

Diante do apresentado é perceptível que toda a população, tanto crianças e adultos, necessitam de informação e, que podemos exibir propostas escolares, que levem o conhecimento até suas moradias. Além de informar a população do manejo mais adequado e o descarte dos resíduos, podendo gerar uma alternativa de renda através de artesanatos e da reutilização dos materiais.

 

Referencias

ABRINE. Brinquedo e o Brincar: Quando o jogo Influencia Positivamente na Educação Infantil, 2012. Disponível em: http://www.abrine.com.br/brinquedo-e-o-brincar/. Acesso em 13 de jun. de 2019.

 

BRASIL. Lei 9.795, de 27 de abril de 1999. Publicada no Diário Oficial da União em 28 de abril de 1999.

 

Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Resolução CONAMA nº 275. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos. (Brasil): CONAMA 2001.

 

MANO, Eloisa Biasotto; PACHECO, Élen B. A. V.; BONELLI, Claudia M. C.. Meio ambiente, poluição e reciclagem. 2 ed. São Paulo,SP: Blucher, 2010. 

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