Ilíada e Odisséia foram grandes poemas produzidos
durante a Grécia Antiga, em que, “um fator
permeou a estrutura da educação em todas essas cidades-estado: a poesia épica
de Homero”, destaca Fernandes (2021). Atualmente, a produção de obras
desse gênero literário ainda são utilizadas como meio de informação na
sociedade, principalmente ao expressar o objetivo de inspirar a crítica num
respectivo assunto. Dessa forma, a sociedade pode ser influenciada pelas
manifestações presentes em poemas e poesias, como também, ser informada de sua
situação em um contexto simplificado.
Logo, aspectos expostos direta ou
indiretamente nessas obras podem ser aprofundados, pois emergem das ações
sociais e são questionados, por exemplo, o “valor dos serviços ambientais”,
destacado por Cherubini (2016) a respeito do poema “Leilão de Jardim”, de
Cecília Meireles. Dessa forma, um dos debates presentes na sociedade é a
respeito da construção de uma comunidade sustentável, não apenas em relação às
mudanças climáticas, mas também sobre valores e atitudes que envolvem questões
como direitos humanos, éticos e de cidadania. A Educação Ambiental, uma
política vigente, tanto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), quanto nos
Parâmetros Curriculares, após as normativas impulsionadas pelo Tratado de Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis e Responsabilidade Global, durante a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), foi sendo incluída no contexto
das escolas.
A presença da Educação
Ambiental no Ensino Fundamental, adentrando um aspecto socioeconômico, propõem
em Geografia, nos anos finais, que os estudantes possam “estabelecer relações
mais elaboradas, conjugando natureza, ambiente e atividades antrópicas em
distintas escalas e dimensões socioeconômicas e políticas”, destaca Brasil
(2018, p. 364). Já em Ciências, conforme Brasil (2018, p. 326), o componente
propõe interações “estimulando tanto a reflexão para hábitos mais sustentáveis
no uso dos recursos naturais”, considerando com que os estudantes já obtenham o
conhecimento prévio a partir de sua realidade.
No Ensino Médio a
introdução de uma visão mais prática é obtida, pois o componente curricular de
Ensino de Física apresenta o objetivo de investigação dos problemas ambientais,
através da compreensão dos fatores climáticos, com a Termodinâmica e armamento
bélico, Radiação (MORAES; COSTA; GEBARA, 2016, 1162).
Então, no Ensino de Química, a Educação Ambiental tem um caráter relacionado ao
envolvimento social, um dos aspectos defendidos pela mesma. Logo, conforme
Arrigo, Alexandre e Assai (2018, p. 310) destacam que a Química em relação à
Educação Ambiental:
“apresenta uma função didática de possibilitar a
discussão e problematização de temas ambientais, buscando a formação de
cidadãos críticos, autônomos e participativos, na implicação da qualidade de
vida de cada cidadão e que sejam capazes de participarem de alguma maneira para
atuar com responsabilidade na sociedade”.
Logo, a proposta de
problematização envolve a construção da relação entre o conhecimento
científico. Portanto na mesma perspectiva de expandir a prática docente, a Educação
Ambiental em diálogo com o Ensino de Ciências Biológicas, adentram a
perspectiva CTSA (Ciência, Tecnologia, Sociedade
e Ambiente), possibilitando que o Professor inclua concepções e
questionamentos diferentes e que os aspectos do Ensino de Ciências Biológicas
na perspectiva CTSA desenvolvam a “ampliação deste diálogo, na medida em
que valoriza aspectos sociais, culturais e
históricos da ciência, do ambiente e
suas interfaces”, como destaca Lima (2019, p. 127).
Consequentemente, o Ensino
de Geografia propõe práticas que envolvem a interdisciplinaridade. Dessa
forma, a Educação Ambiental é incluída em atividades do cotidiano do aluno que
inspiram a integração os conhecimentos, principalmente, de Ciências, destacando
“reconhecer o ambiente em sua totalidade e compreender a importância de atuar
nas partes, enfatizando a Educação Ambiental como fonte de ações, reflexões e
transformações cujo balanço seja positivo no/para o ambiente”, destaca Pereira, Dias e Spironello, como um dos pontos principais para o desenvolvimento de atuações em
ambiente escolar.
Em vista disso, é
necessário destacar a importância da influência das obras, como poesias e
poemas, na contribuição da construção de uma Educação Ambiental que é entendida
além de um enfoque naturalista, que inclui trabalhos, por exemplo, relacionados
à preservação e reciclagem, mas também, o desenvolvimento de uma consciência
sustentável, crítica e, principalmente, ativa às questões ambientais. Por isso,
indicamos algumas obras logo abaixo, com o objetivo de inspirar a leitura e
criticidade e de servir de sugestão para o ensino das Ciências nas Escolas e de
outras perspectivas da Educação não-formal:
Acesso ao Poema de Cecília Meireles: https://www.escritas.org/pt/t/5295/leilao-de-jardim
Acesso ao Poema de Pablo Picassio Vaz
referente ao Bioma Pampa :
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=3934240046683834&id=100002936327970
Acesso aos Poemas enviados ao Projeto
Apoema - Educação Ambiental: http://www.apoema.com.br/geral.htm
REFERÊNCIAS
ADAMS, Berenice Gehlen. Projeto Apoema.
2005. Disponível em:<http://www.apoema.com.br/>. Acesso em: 08 de junho de 2021.
ARRIGO, Viviane; ALEXANDRE, Mara
Cristina Lalli; ASSAI, Natany Dayani de Souza. O Ensino De Química E A Educação
Ambiental: Uma Proposta Para Trabalhar Conteúdos De Pilhas E Baterias. Experiências
em Ensino de Ciências. v.13, n.5, 2018. Disponível em: <https://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID541/v13_n5_a2018.pdf>. Acesso em: 09 de junho de 2021.
BANCO, Uni Instituto. Educação
Ambiental deve ser trabalhada de forma ampla. 2019. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/aprendizagem-em-foco/54/>. Acesso em: 08 de junho de 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base
nacional comum curricular. Brasília, DF, 2018.
Disponível em:<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 08 de junho de 2021.
CHERUBINI, Karina. Cecília Meireles e o valor
dos serviços ambientais. 2016. Disponível em: <https://ecokidsecoteens.mpba.mp.br/noticias/cecilia-meireles-e-o-valor-dos-servicos-ambientais/>. Acesso em: 09 de
junho de 2021.
FERNANDES, Cláudio. Educação Grega.
Disponível em:<https://www.historiadomundo.com.br/grega/educacao-grega.htm>. Acesso em: 08 de junho de 2021.
Lima, M. J. G. S. de.
(2019). Educação ambiental e ensino de ciências e biologia: tensões e diálogos.
Revista De Ensino De Biologia Da SBEnBio, 12(1), 115-131.
https://doi.org/10.46667/renbio.v12i1.182
MORAES, Letícia Estevão; COSTA,
Patrícia Mariana; GEBARA, Maria José Fontana. A educação ambiental e o ensino
de física: uma análise de documentos legais. Revista Tecné, Episteme y
Didaxis: TED. Año 2016, Número Extraordinario. ISSN Impreso: 0121-3814, ISSN
web: 2323-0126 Memorias, Séptimo Congreso Internacional sobre Formación de
Profesores de Ciencias. 12 al 14 de octubre de 2016, Bogotá
PEREIRA, Anderson Weber; DIAS Gabriela
Klering; SPIRONELLO, Rosangela Lurdes. A Educação Ambiental, O Ensino De Geografia
E A Escola: (Re) Discutindo Algumas (In) Certezas Cotidianas. AMBIENTE &
EDUCAÇÃO ISSN- 1413-8638 E-ISSN - 2238-5533 v. 20, n. 1, p. 28-48,
2015
Contribuições: PETianos Joana Ferronato
Fagundes e Lucas Lafaiete Leão de Lima - PETCiências.
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