A quantidade cada vez maior de plásticos, o seu impacto na biodiversidade e a sua contribuição para as alterações climáticas, são questões bem pertinentes para se discutir no cenário atual. A pandemia da COVID-19 fez aumentar ainda mais a atenção dada aos resíduos de plástico, como é possível ver em imagens de máscaras e grandes quantidades de equipamento de proteção descartável nas praias e nos oceanos.
Fonte: Jornal Record-R7
A pandemia da coronavírus provocou alterações na produção, no consumo e no descarte de plásticos. As máscaras que tem como base o plástico desempenham um papel vital na limitação da disseminação da covid 19. Contudo, o aumento súbito dos resíduos de plástico devido à procura de máscaras e luvas, combinado com a alteração da produção e utilização de produtos de plástico de utilização única, tais como recipientes para venda de comida feita e embalagens de plástico para vendas online, podem por em perigo, a curto prazo, os esforços internacionais em reduzir a poluição pelos plásticos e efetuar a transição para um sistema mais sustentável e circular dos plásticos.
Apesar de que a consciência, a preocupação e a ação sobre a forma como descartamos os plásticos nos ambientes terem aumentado em grande escala nos últimos anos, há muitos outros tipos de impacto menos conhecidos, designadamente a contribuição para as alterações climáticas devia ao aumento da poluição em geral gerada por efeitos antrópicos e os novos desafios relacionados com a pandemia da covid 19. É evidente que a melhor via a seguir é a transição para uma economia de plásticos fundamentalmente sustentável e circular, em que utilizamos os plásticos de forma muito mais racional e os reutilizamos e reciclamos, para maior redução do consumo e melhor uso. Além disso, a produção de plásticos a partir de matérias-primas renováveis deve ser um ponto de partida (biodegradáveis). As políticas e iniciativas governamentais devem estar em ascensão, para responder aos desafios colocados pelos plásticos, em particular os produtos de plástico de utilização única.
Segundo a pesquisa da AEA intitulada “Plásticos, economia circular e ambiente na Europa — uma prioridade para a ação” o consumo e a produção de plásticos requerem a utilização de uma elevada quantidade de combustíveis fósseis, o que tem consequências negativas para o ambiente e alterações climáticas. Para agravar o problema, segundo os pesquisadores, a redução da atividade econômica provocou uma queda enorme no preço do petróleo a nível mundial, fazendo com que a produção de plásticos a partir de materiais fósseis virgens seja significativamente mais barata do que a utilização de materiais plásticos reciclados.
A alteração dos modelos de negócio tradicionais para os tornar mais circulares suscita cada vez mais interesse e apresenta oportunidades de rendimento, permitindo a reutilização de materiais e produtos e a sua manutenção na economia durante o maior tempo possível. As ações que podem ser levadas a cabo para implementar, de forma eficaz, modelos de negócio circulares. Os fatores que permitem a sua escalabilidade, como parte integrante da transição esperada para uma economia circular. Esta transição irá necessitar da implementação de políticas públicas de apoio adequadas e da adoção de comportamentos que conduzam à mudança nos modos de consumo e na educação.
A preocupação com a poluição dos plásticos é muito necessária, mesmo que com pequenas ações na sociedade, seja fazendo uma boa seletiva para os lixos recicláveis, ou tendo sua própria sacola reciclável para ir ao supermercado. É evidente que se produz mais plástico do que se pode utilizar, e sendo descartados incorretamente, causam danos ao nosso meio ambiente.
“Pense globalmente, haja localmente.”
Curiosidades:
1. Nzambi Matee, que vive no Quênia, é engenheira de materiais e criou tijolos feitos de resíduos plásticos e areia que são até 7 vezes mais fortes que concreto. Ela também desenvolveu todo o maquinário usado na fabricação dos tijolos e fundou a Gjenge Makers , startup que reaproveita resíduos que antes poluíam o planeta.
2. Entre 1950 e 2017, um total de 9,2 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas. Isso representa mais de uma tonelada por cada pessoa que vive hoje em dia no planeta Terra. A maior parte são produtos e embalagens de uso único. Menos de dez por cento de todo o plástico já produzido foi reciclado.
3. O plástico acelera as mudanças climáticas. Se as tendências atuais continuarem, os plásticos terão causado emissões de CO2 da ordem de 56 gigatoneladas até 2050. Em outras palavras: fabricar plástico pode custar de 10 a 13% do limite estimado de emissões de carbono para que o aquecimento global se mantenha abaixo de 1,5 graus Celsius
4. Plástico e microplásticos flutuando nos oceanos são um problema bastante discutido. Mas poucos se dão conta que a poluição plástica do solo pode ser entre 4 e 23 vezes maior do que nos mares.
5. Existem 5 ilhas de plástico no mundo, que somam 8,3 bilhões de toneladas de lixo, as quais são:
Fonte: Sakoko
Referências:
Plastics, the circular economy and Europe′s environment — A priority for action
A framework for enabling circular business models in Europe
https://www.menos1lixo.com.br/posts/12-fatos-sobreoplastico#:~:text=Menos%20de%20dez%20por%20cento,maior%20do%20que%20nos%20mares.
Contribuição e Recomendação: Danieli Pauli – Bolsista PETCiências
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