Não é de hoje que o
ser humano vem degradando a biodiversidade, afetando no desequilíbrio ecológico
e térmico do planeta em que vivemos. Segundo o novo relatório do Programa das
Nações Unidas, “a humanidade está utilizando cerca de 1,6 vezes a quantidade de
serviços que a natureza pode fornecer de forma sustentável”, assim, havendo
extrema necessidade da preservação em massa, pois os pequenos esforços que há
não estão sendo o suficiente. Dessa maneira, segundo a Organização das Nações
Unidas (ONU) o mundo deve restaurar pelo menos 1 bilhão de hectares degradados
de terra na próxima década (território equivalente ao da China).
“Precisamos agir, e
rápido”, destaca Fernando Sousa, diretor executivo Institucional e de Sustentabilidade
no Grupo Cataratas e diretor do Instituto Conhecer para Conservar (ICC), em
relação aos acontecimentos, como os incêndios no Pantanal, que demonstram a
necessidade de buscar formas de recuperar a natureza. Dessa forma, a ONU, no
período de 30 de novembro a 4 de dezembro de 2020, reuniu em 15 mesas redondas,
cerca de 70 palestrantes, em um evento chamado Conservação Integrada Summit
2021-2030, com a finalidade de reverter a degradação dos ecossistemas,
apresentando um conteúdo sobre desafios e oportunidades para a conservação do
meio ambiente.
Declarada como a
“Década da Restauração dos Ecossistemas”, o período de 2021-2030 tem como
objetivo aumentar a intenção ao combate contra a degradação ambiental. Com
isso, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em conjunto
com a ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), apresenta no relatório que “os
custos globais de restauração terrestre, não incluindo os custos de restauração
de ecossistemas marinhos, são estimados em pelo menos US$ 200 bilhões por ano
até 2030.” Embora o custo apresente o investimento de apenas 0,1% do PIB
global, Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA, e Qu Dongyu, diretor-geral
da FAO destacam que, em cada ano, o mundo perde “serviços ecossistêmicos que
valem mais de 10% de produção econômica global e com isso, a degradação já
influencia o bem estar de 40% da população mundial.
É válido lembrar que
as áreas de degradação dos ecossistemas incluem comunidades que vivem em
aproximadamente 2 bilhões de hectares degradados, integrando algumas áreas mais
pobres e marginalizadas do mundo. Portanto, a restauração dos ecossistemas será
benéfica não somente à natureza, mas também, influenciará no desenvolvimento
econômico que conforme destacado pelo relatório, a cada dólar investido, cria
até 30 dólares em benefícios econômicos para a população.
Além disso, no Brasil,
pesquisadores e representantes do PNUMA, como Denise Hamú, compreendem os esforços necessários destacados pelo relatório. Segundo ela, “a restauração de ecossistemas
não é uma ideia nova, mas estamos em um momento crítico para agir.” Então, a situação que encontra-se é consequência de
fatores que acumularam-se no decorrer dos anos, logo, as ações precisam ser bem
mais urgentes e diretas em relação ao objetivo de restauração. Além disso, ela
complementa que é necessário “canalizar soluções e esforços locais e globais,
fortalecer parcerias, impulsionar ações (novas e já em curso) e intensificar a
troca de conhecimentos e boas práticas em prol do nosso meio ambiente”.
Portanto, precisamos
agir! Desenvolvendo ações que não partem apenas de organizações como a ONU e o
PNUMA. Com pequenos atos do dia a dia, como repensar o consumo de produtos
feitos por empresas que desrespeitam o meio ambiente e são grandes influenciadoras
sociais, as quais, consequentemente, induzem ações que contribuem para a
degradação dos ecossistemas. Neste contexto, precisamos pautar também a
Educação (ambiental) como ferramenta para transformar pessoas, cenários e quiçá
o mundo. Pois, precisamos pensar: que planeta queremos deixar para as gerações
futuras?
REFERÊNCIAS
BRASIL, Organização
das Nações Unidas. Restauração de ecossistemas será o tema do Conservação
Integrada Summit 2021-2030. 2020. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/102193-restauracao-de-ecossistemas-sera-o-tema-do-conservacao-integrada-summit-2021-2030>. Acesso em 04 de junho de
2021.
VIVO, Ciclo. Cada dólar investido em restauração gera US$ 30
em benefícios econômicos. 2021. Disponível em: <https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/dolar-investido-restauracao-30/amp/>. Acesso em 04 de junho de 2021.
Contribuições: PETianas Joana Ferronato
Fagundes e Victória Santos da Silva- PETCiências.
Comentários
Postar um comentário